Médicos devem paralisar atividades novamente em todo o País

Os médicos prometem fazer mais três dias de paralisação nacional nos dias 23, 30 e 31 de julho, de acordo com o presidente da Fenam (Federação Nacional dos Médicos). Segundo Geraldo Ferreira, o objetivo é mobilizar e chamar a atenção da população para "importação" de médicos estrangeiros e o aumento do curso de medicina de seis para oito anos. De acordo com ele, médicos do SUS e da rede privada prometem cruzar os braços.

— O governo quer precarizar o trabalho do médico colocando ele para trabalhar no interior com bolsa. Além disso, é inaceitável trazer médicos para trabalhar no Brasil sem revalidação de diploma e impor aos profissionais um local fixo de trabalho. Nós não podemos aceitar trabalho escravo. Se o governo quer mais médicos no interior então que faça um concurso público com 20 horas de trabalho semanal dando estabilidade e carreira dentro do serviço público.
Ferreira ainda disse que as últimas ações do governo federal têm "provocado e chocado a categoria médica" e colocado o trabalho dos médicos "em xeque".
— Outra coisa que não podemos aceitar é a ampliação do curso para oito anos. Isso é explorar o trabalho médico. Um trabalho completamente ideológico do governo.
Para não prejudicar a população, o presidente afirma que a greve não atingirá os serviços de urgência e emergência. Apenas os serviços de exames e consultas deverão ser reagendados.
Além da greve, segundo o calendário divulgado pela Fenam, na quarta-feira (17) haverá reunião entre Fenam, CFM (Conselho Federal de Medicina) e AMB (Associação Médica Brasileira). No dia seguinte, estão programadas manifestações de rua.
Programa Mais Médicos
O programa Mais Médicos prevê a contratação de médicos para atuar na saúde básica em municípios do interior e na periferia das grandes cidades. O programa foi criado por medida provisória pela presidente Dilma Rousseff e regulamentado por portaria conjunta dos ministérios da Educação e da Saúde.

Para preencher as vagas, o governo lançou editais: um para atração de médicos, outro para os municípios que desejam receber os profissionais e um terceiro para selecionar as instituições supervisoras. O edital foi aberto a profissionais formados no Brasil e graduados no exterior, inclusive estrangeiros. Os profissionais receberão bolsa federal de R$10 mil mensais, com jornada de 40 horas semanais.
Espanhóis e cubanos
Nesta segunda-feira (8), o Ministério da Saúde informou que médicos espanhóis e portugueses vão ter prioridade para trabalhar no Brasil. Segundo o governo, Espanha e Portugal terão preferência porque estão em um momento de crise econômica e os médicos desses países estão com dificuldade de encontrar emprego.

Além de priorizar as nações europeias por causa do momento econômico, o Ministério da Saúde também adota o critério de somente contratar profissionais de países onde a taxa de médicos por habitantes é maior que a do Brasil.


Médicos paralisaram as atividades no fim do mês de junhoJ. DURAN MACHFEE/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO


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